Projeto do CIATox sobre cannabis medicinal é apoiado por Frente Parlamentar da Alesp

Marilia Santoro Cardoso, ladeada pelos deputados Eduardo Suplicy e Caio França, recebe premiação em nome do CIATox. Foto: Lucas Martins/Alesp

Projeto sobre cannabis medicinal do Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp foi contemplado por edital da Frente Parlamentar da Cannabis Medicinal e do Cânhamo Industrial de São Paulo, da Assembleia Legislativa do estado (Alesp). “Avaliação de qualidade de produtos de cannabis medicinal utilizados no estado de São Paulo”, liderado pelo professor José Luiz da Costa, coordenador-executivo do CIATox, foi premiado com valor de R$ 180 mil.

O trabalho é um desdobramento do projeto de doutorado conduzido pela aluna Marilia Santoro Cardoso, do Programa de Pós-Graduação em Farmacologia da FCM. Marilia foi responsável pelo desenvolvimento de método de análise que permite a determinação de 12 canabinoides em amostras de Cannabis. “Desde 2020, o Laboratório de Toxicologia Analítica da Unicamp já analisou, gratuitamente, mais de 900 amostras de Cannabis medicinal provenientes de famílias e associações que gentilmente aceitaram apoiar o projeto de doutorado”, declara José Luiz.

O projeto

Segundo resumo do projeto, como todo medicamento, os produtos medicinais à base de Cannabis precisam passar por testes laboratoriais de controle de qualidade, com objetivo de assegurar a composição correta dos princípios ativos, a posologia adequada e resguardar a saúde do paciente. “Processos produtivos de alta qualidade, produtos seguros e consistentes são necessários para proteção dos consumidores (pacientes), mas também são fundamentais para criar uma fonte confiável de Cannabis medicinal no nosso país, impulsionando este setor à um novo patamar”, afirma José Luiz no texto.

Assim, o objetivo do projeto é avaliar a qualidade dos óleos e extratos advindos de Cannabis Medicinal utilizados no estado de São Paulo, através da análise do perfil de canabinoides, terpenos, solventes residuais, micotoxinas e praguicidas. Para atingir este objetivo, serão desenvolvidos e validados métodos utilizando técnicas analíticas modernas como a cromatografia em fase gasosa acoplada à espectrometria de massas e cromatografia em fase líquida acoplada à espectrometria de massas sequencial.

“Como resultado, o projeto de pesquisa trará luz sobre a qualidade dos produtos de Cannabis medicinal consumidos em São Paulo, poderá impulsionar este setor para melhoria de processos produtivos e contribuirá para que os pacientes tenham acesso a produtos mais seguros e eficazes. Espera-se ainda verificar a hipótese de que os produtos preparados por pacientes ou associações são de qualidade inferior aos importados ou àqueles comercializados por grandes indústrias”, finaliza o coordenador-executivo do CIATox.

A iniciativa da Frente Parlamentar busca incentivar a ciência, a pesquisa, a saúde, a tecnologia, a educação, a comunicação e o fomento aos novos desafios que se apresentam após a sanção da Lei Estadual 17.618/23, que inclui a cannabis medicinal no Sistema Único de Saúde (SUS) no estado de São Paulo. No total, cinco propostas receberão R$ 734 mil, oriundos de emendas parlamentares dos deputados Caio França e Eduardo Suplicy, respectivamente, presidente e vice-presidente do colegiado.

Veja também:

https://www.fcm.unicamp.br/imprensa/publicacoes/view/projeto-do-ciatox-sobre-cannabis-medicinal-e-apoiado-por-frente-parlamentar-da-alesp/15650

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